quinta-feira, janeiro 22, 2009

Óscar

O Óscar era o nosso passarinho. Um diamante gold lindo. Já estava connosco há muitos anos, pelos menos 6 ou 7. Quase me atrevo a dizer 8 mas não me lembro.
Fiquei mesmo triste. Foi no inicio do ano.
Tinha uma gaiola grande e as suas cores e o cantar animavam o nosso espaço. Sinto falta dele.
Embrulhei-o num guardanapo e coloquei-o numa caixinha de chá para a minha irmã o enterrar no jardim. No caminho, a Inês fez questão de levar a caixa junto dela. Íamos a falar sobre isso e eu disse-lhe que agora o nosso passarinho estava no céu e nas nuvens com o Pitágoras e o Punky (os cães dos meus pais) e ela diz muito depressa:
"Não mamã, ainda não está. Está aqui na caixinha."

A inocência que nos faz sorrir quando estamos tristes.

Este texto estava aqui guardado nos rascunhos do blog e só hoje estou a publicar. Já aconteceu há algum tempo mas a história não fica por aqui...

No dia da Mãe estava eu a meter o carro na garagem, quando abro o portão para cima e dou de caras com a gaiola com um pássaro lindo, a cor predominante era o amarelo mas com mais algumas cores fortes. Não vos sei dizer o nome mas era tipo um piriquito mas maior. Coisa mais linda e a Inês a gritar: Surpresa!!!!
Foi mesmo uma surpresa, não estava nada a contar. Adorei!

Tinha uma passarinho muito pequenino e aquele era bem maior. No inicio era um pouco estranho, passados alguns dias já estava habituada àquela figura. A Riscas é que não achou assim tanta piada, aquilo para ela devia ser um frango. Héé Héé Estava sempre a tentar meter o focinho na gaiola. Não os podia deixar sozinhos de forma alguma.

Durante a semana percebi que o Teco (a Inês deu-lhe este nome com o pai) era muito espertalhão, não sei porquê mas de vez em quando dava com ele a fazer coisas banais mas que deixavam perceber qualquer coisa mais.
O Dia da Mãe foi um domingo, no sábado seguinte falei com uma pessoa que me contou que também tinha tido um casal desses pássaros e confirmou que eles são espertalhaços. Os dele perceberam que ele levantava sempre uma porta para colocar água e comida e um dia conseguiram abrir e fugiram por ali.
Aquilo assustou-me porque eu tinha na minha gaiola uma falha que estava muito bem tapada com um cartão muito grosso e muito fio. Mal cheguei a casa olhei logo para a varanda para ver o pássaro e foi então que percebi que ele já lá não estava.
Olhem que nem de propósito, no dia em que ia reforçar aquilo ele pirou-se. Parece até que já sabia.
E pronto lá se foi o passarinho que nem uma semana durou, ao qual nem uma foto tirei. Ainda lá deixei a gaiola a ver se ele voltava mas nada.
Tudo o que tenho nas minhas traseiras são campos cultivados, não se vêem gatos nem nada, apenas muitos pássaros. Fiquei montes de tempo a olhar a ver se via uma manchinha amarela. Bem sei que sozinho ele não sobrevive mas quem sabe???

Disse à Inês que tinha visto uma coisa amarela a voar e que agora o nosso passarinho era livre.
É uma mentirinha que não faz mal a ninguém.

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