sábado, julho 30, 2005

Contagem Decrescente

3...
2...
( este conta para amanhã porque ao domingo não tenho pc - :)

Para quem já adivinhou... shiuuu...é segredo/surpresa.

Para quem não está a perceber nada, tem mesmo de aguardar.

"A Leonor"

Acabou de aqui entrar uma menina, 4 aninhos talvez, uns olhos muito azuis, um chapéu rosa, uma carinha linda. Entrou sozinha. Olhou para mim e disse, apontando para um objecto:
"A minha mãe quer comprar isto."
Eu sorri e perguntei:
"Quer?"
Ela responde:
"Não, não quer."

Entretanto ouço a voz da mãe lá fora:
"Anda cá."
E ela foi.
Do local onde estou não vejo a porta, nem a mãe e também não me aproximo. Apenas ouço:
"Dá-me a mão Leonor." A voz é calma, mas de uma calma meio gélida.
"Ná" - diz a miuda.
"Dá-me a mão Leonor. Leonor, dá-me a mão.
Dá-me a mão Leonor. Leonor, dá-me a mão."
Após esta insistência ouço a palmada que a mãe finalmente deu na mão da Leonor.
"Estou farta Leonor. É para isto que te trago a passear?"
O tom de voz não muda, calmo e frio, sem exaltações.
Ouço a mãe a pegar nos sacos de plástico, ouço o chocalhar de garrafas dentro desses sacos.

Provavelmente é uma mãe cansada, carregada de compras e já sem paciência para as traquinices próprias de uma criança pequena.
Sei lá... mas a miuda apenas entrou e falou, apontou, não tocou nem pegou em nada.

Bolas... porque é que estas coisas mexem comigo? Porque é que estou a fazer um filme na minha cabeça?
A Inês ainda é pequenina, mas a Cláudia também já me aprontou algumas que me tiraram do sério. Por isso entendo.

Acho que foi o tom de voz que me gelou. Aquela calma sem calor, sem nervos, sem alteração.
Parecia uma máquina em piloto automático:
Faz asneira. Pede a mão. Dá a palmada e a vida continua.

sexta-feira, julho 29, 2005

Musica de embalar ?!?!

Tenho quase a certeza que todas as mães adoptam uma musica de embalar para adormecer e dar mimos ao nosso mais que tudo. Acho que é quase instintivo.
Eu também tinha. Uma musica muito bonita de um filme que eu e a minha irmã vimos em novitas e como decoramos a letra, quando nasceu a Cláudia (a prima) aquela pegou e ficou:
"You are my sunshine, my only sunshine,
you make me happy when sky is grey, (...)"
(Não sei quem canta)

Eu começava a cantarolar para a Inês e passado pouco tempo ela adormecia.

Agora expliquem-me a que propósito é que desde há uns dias para cá, está a miuda quase a adormecer e eu, numa de, "este momento é só nosso", começo a cantar a musica baixinho e ela espevita, arregala os olhos, olha para mim e dá uma gargalhada.
Quando digo gargalhada, é mesmo gargalhada, acreditem.

Então??? É suposto isto ser para dormir miuda. Canção de embalar, tás a ver???
Pois sim. Cada vez que canto a musica ela começa a rir-se com aquele ar de marota.
Esta agora...

quarta-feira, julho 27, 2005

Baba e Ranho...

... no verdadeiro sentido destas palavras.

Chegámos a casa um pouco tarde, dei-lhe banho e o leitinho.
Deixei-a adormecer na nossa cama. Bem sei que corro o risco de ela gostar e se habituar à ideia, mas é só de vez em quando e sabe tããão bem.
Já dormia profundamente, pois a chupeta caíu e não resmungou.
Fiquei a olhá-la um bom pedaço deliciada. Sonhámos tanto contigo e agora tu estás aqui, saudável, linda, bem disposta.

Adoro quando reconheces a minha voz, quando me segues com o olhar, quando olhas para mim com aquele olhar embeiçadinho (acho que acabei de inventar uma palavra).
Quando ouves o pai até os olhos se riem, já sabes que vai haver borga e brincadeira. Yuuppiii e aí vai a Inês às gargalhadas.
Acabei por adormecer com estes pensamentos. Acordei passado algum tempo e levei-te para a tua caminha.
Ainda bem, porque a dor de garganta de ontem fez-me acordar com o corpo todo dorido, pingo no nariz e mau estar geral, estou oficialmente constipada, sinto-me mole e o meu nariz está a ficar num oito.
Sorte o pai hoje estar de folga para ver se isto passa e não te pego o virus.

segunda-feira, julho 25, 2005

Touradas :(

Desculpem lá, porque sei que este assunto divide muitas opiniões, mas após as noticias de ontem e porque estamos a entrar em Agosto e quase inevitavelmente vamos voltar a ouvir falar muito dos touros de morte, quero aqui deixar a minha opinião:

Sou totalmente contra as touradas e qualquer outra actividade (desporto?? cultura??tradição??) que implique o sofrimento dos animais em prol do entretenimento.

Considero isto um acto de pura cobardia. Tira-me completamente do sério e também não concordo que se enalteçam estas actividades com o objectivo de ajudar instituições de solidariedade.
Nesta questão das touradas a minha opinião diverge com a do meu marido, mas tenho de respeitar.

O que eu espero (e vou fazer um esforço enorme nesse sentido) é que a minha filha aprenda a dar valor aos animais, que entenda que não são objectos descartáveis, que entenda que sofrem, que não devem ser maltratados e que, enquanto seres vivos, devem merecer o nosso respeito.

Deixo aqui o link da Associação Animal para esclarecimentos mais pormenorizados.

Duvidas existenciais

A minha sobrinha:
"Se um homem casa com um homem quem faz o jantar?"

Eu e a minha mãe a olharmos uma para a outra quase sem aguentar o riso.

Tentei explicar-lhe da melhor forma que me ocorreu, baseada no facto de o meu cunhado cozinhar de vez em quando e de em minha casa o mestre da culinária ser o maridão.
O facto de dois homens casarem também não lhe fez confusão nenhuma.
Acho que o que a baralhou foi que ela assumiu os dois homens como dois seres iguais e não como duas pessoas distintas, daí a confusão em saber distinguir quem faz o quê.

Ok... mas isto já sou eu a armar-me em psicóloga. ;)

sábado, julho 23, 2005

Divulguem

Adorei ver este spot no blog da Ana.

Ainda ontem me lembrei destes problemas simplesmente porque fui dar um passeio a pé com a Inês no carrinho.
Pareceu mais um rally. Sobe passeio, desce passeio, todos com 10/15cm de altura, nem as passadeiras se aproveitavam, mais as obras, os buracos, a falta de passeios, escadas sem rampas, enfim...
A Inês bem queria dormir, mas com tanto sobe e desce ficou meio difícil.

Divulguem.

sexta-feira, julho 22, 2005

Blognique no Puorto, carago!

Descobri no blog da Dora a óptima ideia desta menina.
Acho que vai ser muito giro.
Inscrições aqui. Divulguem.

Beijocas.

Saga de uma dieta

Tenho andado meia desligada do blog mas é mesmo por falta de tempo. E não é que sinto a falta??

Tenho lido em alguns blogs a saga das dietas e para dizer a verdade também faço parte desse filme. A minha gravidez foi um espectáculo, nada de enjoos, nada de engordar (e comia bem), nada de inchaços. Andei como se nada fosse até ao fim. Fui uma sortuda.
O que eu não sabia era que estava tudo guardado para o pós parto. Dizem que amamentar ajuda a reduzir o peso, no meu caso tinha ataques de fome e sabem como é, descuido daqui, descuido dacolá... Para além disso também inchei um bocado. Parecia que continuava grávida. Fiquei com uma pancinha maior do que quando estava de 5 meses. Não tinha roupa para vestir, sentia-me um trapo. Enquanto amamentei tinha uma desculpa, depois de amamentar quanto mais pensava no assunto mais vontade tinha de comer.

Até que um dia a minha sobrinha querida e adorada, na sua santa inocência, me pergunta:
"Ó madrinha, tens outro bébé na barriga?" !!??##

Foi esta a frase inspiradora, o bater no fundo do poço que me fez tomar uma atitude.
Optei por uma estratégia de incentivo: pagar a um médico para ele me dizer que estava com excesso de peso e me prescrever uma dieta. Eu falo em estratégia, porque cada vez que me dá um ataque de fome penso no dinheiro que gastei e no que ainda vou gastar na próxima consulta, onde supostamente terei de apresentar resultados.
Estou tão determinada que consigo resistir ao maridão a comer um magnum, ao pão que eu adoro, aos docinhos, às batatas fritas, enfim. Deixa-me parar por aqui que ainda tenho uma recaída.
Sinto-me como um fumador a tentar deixar de fumar que sabe que se der uma passa começa tudo de novo, por isso resisto. Outro truque é não ter nada de bom em casa, assim numa recaída as possibilidades de exageros anulam-se por falta de mantimentos. HiiHii

Um dia também decidi que ia deixar de comer carne. Já lá vão cerca de 11 anos. Mas a carne passa-me completamente ao lado, não sinto vontade nenhuma de comer. Não foi nunca um sacrificio, foi uma opção que com o tempo se tornou um hábito.

Desculpem lá a chatice deste post mas a verdade é que estou quase com o peso que tinha quando engravidei, 66kg e por isso estou contente.
Mas calma, porque este não é de todo o meu peso ideal e agora que estou a levar isto a sério vou tentar ir mais longe e ficar elegantérrima. :)
Pelo menos já posso começar a vestir a minha antiga roupa que até aqui quase não passava dos joelhos, por isso o primeiro objectivo está a ter luz à vista.

Conheço pessoas gordinhas que se sentem bem assim e que por acaso até se arranjam muito bem e têm um charme muito próprio, mas esse não é o meu caso.
Voltei a sentir-me bem comigo própria.

quarta-feira, julho 20, 2005

Ontem...

no carro, a caminho de casa, totalmente relaxadas.
Eu a conduzir. Ela ao meu lado a mastigar a etiqueta do "Tiger". As duas deliciadas a ouvir o cd Atxilipu. Estas músicas são mesmo demais e é lindo ver as expressões que provocam.

sábado, julho 16, 2005

Beleza Real

"Pele cobre tudo
Pele de veludo
Pele de bebê, pede pra beijar você
Cada pele tem na pele uma história
É assim coisa de pele
Pele, um amor de pele"

A música, as imagens a preto e branco da pele, da nossa pele.
Cicatrizes, rugas, estados de graça, tatuagens, sardas. Marcas da vida real.
ADOREI ver e perceber que a beleza é mesmo relativa.

Está lindo o novo spot da
Dove. O site não está actualizado com estas imagens, mas o conceito está lá. Descrição desta campanha aqui.

Amei a cicatriz da cesariana com os pés do bébé a passarem. Porque será?? :)

sexta-feira, julho 15, 2005

81

Diz-vos alguma coisa??
Não é coisa que faça habitualmente mas desta vez não quero ficar de fora.
Terá sido o cálculo matemático que me influenciou? ;)

Vou torcer também pela minha mana que diz que me dá um milhão se lhe sair. Só um milhãozito? FORRETA!! Héé Héé

quinta-feira, julho 14, 2005

Ana, Zé e Margarida

Obrigada pelo postal e pelas palavras de carinho.
Beijos.

Afinal também sabe berrar...

de forma estridente e incontrolável.

Ok, vou começar pelo princípio: 3ª feira fomos ao pediatra. Sempre se portou super bem.
Enquanto esperávamos fez uma galhofa enorme com o pai. Não parava quieta, palrava pelos cotovelos.
Entretanto entrámos para o consultório. O pediatra tem 2 salas, enquanto acaba de atender uma criança numa sala, a seguinte vai entrando para a outra, para ir tirando a roupinha a adiantando.
A brincadeira continuou a ser mais que muita, fartei-me de tirar fotos e de filmar.

Mas convenhamos, estava muito calor e esperámos muito tempo lá dentro. Quando o médico chegou ela já estava impaciente e notámos que começava a ficar com sono (aqui já sou eu a justificar o berreiro, mas é tudo verdadinha).
Começa o exame, mexe aqui, mexe acolá e foi quando se aproximou com o medidor e a tivemos de segurar um pouco para a esticar que tudo começou.
MEU DEUS!! Nem eu conhecia o tamanho das goelas da minha filha. A partir daí berrou sempre no mesmo tom e à mesma altura. Sem parar.
Aquilo foi de tal maneira que chegou quase a ser cómico. Tentava colocar as minhas questões e quase nem conseguíamos conversar.
Claro que ela de vez em quando chora e berra, mas nunca daquela forma.

Só acalmou já vestida, no colo do pai, a transpirar por todos os lados, os olhos vermelhos e aquele beicinho que me pareceu do mais ternurento que já vi. Lia-se na cara dela:"TIREM-ME DAQUI POR FAVOR."
Saímos, dei-lhe o leitinho, coloquei-a na cadeirinha e adormeceu de imediato. Completamente KO. Acordou mais tarde com um sorriso nos lábios e logo de seguida adormeceu de novo.

7.750 Kg
68 cm
Já pode começar a comer papas com glúten e 2x por semana vamos fazer a papa à moda antiga, com bolacha, iogurte e fruta. Nunca dar kiwi e morangos.
A partir dos 7 meses começa a comer sopa 2x por dia e podemos começar a variar mais na carne, excepto porco.
Está boa e recomenda-se, tem apenas o canal lacrimal um bocado obstruído e vou ter de massajar com soro fisiológico.

Ontem o pai e a avó foram dar-lhe as vacinas. Benuron meia hora antes. Um dinheirão na farmácia. Chorou nas picadelas mas passou-lhe rápido. Em casa da avó comeu a papa toda. Não ficou mal disposta como é costume. Autocolante no braço esquerdo e em cada uma das pernocas.
Agora só aos 15 meses. Ufa!! Ainda falta muito tempo.
Miúda valente!

Nota da mãe: Nunca te lembres de berrar assim em casa, combinado??

sábado, julho 09, 2005

Há 6 anos atrás...

...eu já não me lembro do que fiz mas aposto que devia de estar com um nervoso miudinho porque no dia seguinte ia acontecer um dos momentos mais especiais das nossas vidas, o nosso casamento.
Modéstia à parte, foi LINDO!!! Claro que sou bastante suspeita, mas isso também não interessa nada.
Apesar de já ter decidido que não ia comprar o vestido em loja (ia mandar fazer) é óbvio que não deixei de entrar em tudo o que era loja de noivas para experimentar e perceber o modelo que me ficava melhor. Amei esta parte, aliás, experimentei um vestido lindo de morrer que custava os olhos da cara. Se fosse para comprar era aquele.
Inspirada naquele, fomos às compras com a D. Julia, uma senhora já com uma certa idade, mas com umas mãos que nem vos digo. Escolhi a organza e a parte mais complicada foi o tecido para a parte de cima. Não gosto nada de rendas e floreados e depois daquele vestido da loja fiquei mesmo exigente. Não estava a gostar de nada, até que de repente apareceu um lindo. Era aquele.
Cada vez que ia fazer as provas sentia-me uma princesa. hii hii

Por vezes passámos por momentos importantes na nossa vida, dos quais só nos apercebemos de como foram importantes depois de passarem. Fico com aquela sensação de que deveria ter aproveitado melhor. Por isso, desta vez foi diferente.
Aproveitei e absorvi tudo o que estava a acontecer. Lembro-me de pensar, de sentir, de apreciar a importância de tudo.
Marcou-me muito o momento em que entrei na igreja pelo braço do meu pai. Sentia-me a mais linda das criaturas, com o maridão ao fundo à minha espera, os amigos e familiares que sorriam ao ver-me passar, a música. Demais!! Não me esquecerei nunca do que senti.

Quando comecei este post não ia dizer nada disto mas comecei a lembrar e olhem... deu nisto... e havia ainda tanto para dizer.
O que ia dizer é que no ano seguinte para comemorar o primeiro ano de casados organizámos um picnic com a familia mais chegada numa zona muito bonita. Todos adoraram, vai daí virou tradição e todos os anos no domingo mais próximo do dia 10, lá vamos nós em excursão. É sempre muito divertido. Amanhã é domingo, dia 10 (calhou em cheio este ano) e lá vamos nós.
Desta vez ainda vai ser mais especial porque a Inês também vai. Para além disso, vai ser o seu primeiro dia de praia. Estou super curiosa de ver como vai reagir à água, à areia, a tudo. Até já comprei aquelas fraldas para a água com o Nemo. Acho que ela vai adorar.
Bem... o que eu já escrevi.

Há um ano atrás
Já estava tudo combinado e organizado, qd no sábado tive uma pequena mancha. Entrei logo em stress. Liguei para o meu médico que me recomendou descanso absoluto, cama. Andar de carro nem pensar.
Foi o unico ano que falhámos o picnic. Toca a desmarcar tudo à ultima da hora. Claro que todos entenderam, mas custou tanto... ainda insistimos para irem sem nós mas ninguém quis.
Claro que não descansei enquanto não fiz a ecografia mas não passou de um susto (e ainda bem).

Prometem-se novidades e fotos fresquinhas a curto prazo.

sexta-feira, julho 08, 2005

Que dia!

Hoje o ar esteve muito pesado para estes lados. O céu esteve todo o dia de um amarelo estranho, as cinzas andam espalhadas por todo o lado e este calor abafa.
As vitimas do atentado aumentam de noticiário em noticiário.
Os incendios não dão tréguas.

quinta-feira, julho 07, 2005

Milhentas fotos digitais

Isto de ter uma máquina digital é muito porreiro mas depois dá nisto: a Inês tem 6 meses e eu não tenho uma única foto dela nos "passepatouts"(??) espalhados pela casa. Inclusive já comprei um álbum que está vazio à espera que se lembrem dele.

E logo eu, que adoro ter fotografias em todo o lado e não tenho da minha filha????
Não pode ser.
Este post tem o único propósito de me fazer lembrar que tenho, de uma vez por todas, selecionar umas quantas e mandar revelar URGENTE, OK??

Há... e também escolher umas boas para oferecer à famelga que já começa a reclamar de não ter fotos e já agora copiar para um cd e enviar para a Ana e Margarida que estão à espera até hoje.

Tudo no PC, nada nas mãos.

O "vô" velhinho

Já não se viam há muito tempo.
Quando a coloquei no colo dele, começou logo a rir.
Não foi preciso mais nada. O avô ficou logo pelo beicinho. :)
Ela achou-lhe mesmo piada.
Afinal estavam os dois de parabéns.

terça-feira, julho 05, 2005

Parabéns Patareca Linda

Todos os meses a Inês faz mais um mês. Dhaa... mas hoje ela faz 6 meses e não sei se será por ser o meio ano sinto-me particularmente lamechas. Ainda há pouco estive a rever fotos de quando ela nasceu e...bom... nem vale a pena dizer nada.
Como na altura em que estava grávida ainda não tinha blog para partilhar tudo o que estava a acontecer, decidi que esta era a altura ideal para criar uma rúbrica nova a que vou dar o nome de: "Há um ano atrás".
Assim vou recordando esses tempos. Aliás, a partir das 20 semanas eu comecei a escrever uma espécie de diário e agora a reler, sabe bem lembrar pormenores que de outra forma já tinha esquecido.
Hoje temos também de dar os parabéns ao avô Lucídio, pai do pai, que faz hoje 85 anos, sim senhora, 85. Um avô velhinho que todos os anos pelo aniversário nos diz que para o ano já cá não deve estar. Já ouço esta frase há 12 anos, desde que o conheci. :)
Hoje vamos lá dar-lhe um beijinho.

HÁ UM ANO ATRÁS
Foi no dia 02/07 que te vimos pela primeira vez com forma de gente. HiiHii. Nas outras ecos era apenas uma migalhinha saltitona.

Nessa altura o medo ainda estava muito presente, por isso decidimos manter segredo até às 13 semanas.
Existem coisas que o tempo ameniza mas que não deixa esquecer nunca.
A tua chegada estava já planeada há muito, mas foi difícil, muito difícil chegar até aqui.

No dia 09 de Maio parecia que nos tinha acontecido um milagre. Quando as 2 risquinhas apareceram de novo, nem queríamos acreditar. Tenho noção que o nosso processo não foi dos mais complicados, mas também não foi fácil.
A ansiedade foi sempre uma constante, mas lembro-me bem que não conseguia disfarçar e a alegria superava a passos largos o medo que de vez em quando dava um ar da sua graça.
Nem de propósito, fizemos a eco T. Nucal das 13 semanas, exactamente no dia 05/07.
Aquela era a eco que iria oficializar que tudo estava bem, que podíamos voltar a respirar, que poderíamos contar a todos o nosso segredo. Uns já desconfiavam, outros nem por isso.
A alegria à nossa volta foi contagiante, desde choros de felicidade, a risos, a comentários, a parabéns, enfim... a partir daquele momento tu passaste a existir também nos corações de quem nos rodeava e de quem estava a torcer há muito para te ver chegar.
Para nós tu já eras nossa há muito tempo.

segunda-feira, julho 04, 2005

O que ela adora

é ficar solta, à vontade, para fazer o que bem lhe apetecer.
Toca a colocar uma manta no chão, juntar-lhe uns brinquedos e deitá-la lá.
Ainda não gatinha mas esforça-se. Está de barriga para o ar e vira-se, um braço fica sempre preso, começa a resmungar e eu fico só a observar para ver como se desenrasca. Umas vezes vou lá dar uma ajudinha, outras ela consegue sozinha. Depois começa a tentar chegar à chupeta ou aos brinquedos. Ai que esforço. Fica cansada e deixa cair a carinha para a frente para recuperar energia.
Esta parte é o máximo.
Rebola e volta a rebolar e o certo é que com um espaço tão grande de manta consegue sempre sair para fora. Tenho de estar sempre atenta.
Pára de barriga para cima, bochechas vermelhas, olha para mim e ri-se, como quem diz: Isto é porreiro mas cansa um bocadito.
Passado um bocado agarra a fraldinha de pano, enrosca-se e adormece, assim sem mais nem porquê.
Pego nela e vou deitá-la na caminha.
6 meses. Amanhã vais fazer 6 meses e têm sido os mais felizes das nossas vidas.

sábado, julho 02, 2005

Para a prima...

um miminho especial.
Fui levar a Inês à avó como habitualmente e vem a prima a correr pelas escadas abaixo super entusiasmada:
Madrinha, madrinha, passei para o 2º ano. Passei, passei e começa a cantarolar de tanta felicidade enquanto me ajuda a subir as escadas com a prima, o ovo e os sacos.
A sério? Que bom.
Para dizer a verdade estava atrasadissíma como sempre e não deu para mais.
À noite diz ela: Ó madrinha, parece que não ficaste muito contente por eu ter passado.
Partiu-me o coração.
Claro que fiquei, só que eu já sabia que tu ias passar, por isso não fiquei assim muito surpreendida. Tu és boa aluna. Não foi surpresa para mim. Já sei... tu queres é uma prendinha.
Sorri e diz: e mereço.
Ai sim?
Foi a professora que me disse que eu merecia.
Sendo assim vou pensar no assunto... :) E um xi apertadinho para começar, serve?
Demos o xi.

Ontem li a folha com a avaliação final: excelente em tudo. Entretanto a minha irmã disse-me que na reunião a professora tinha dito que ela era realmente uma das melhores alunas.

Ela adorou a escola. Adaptou-se super bem. Faltar às aulas nem pensar. Só se estivesse mesmo de rastos.
A brincadeira preferida quando vamos no carro: eu digo uma série de letras seguidas e ela tem de saber qual é a palavra ou então vamos a fazer contas ou a solucionar problemas. Adora fazer ditados e contas. Resumindo ela diverte-se a aprender. Que sorte. Mas também tenho de dar créditos à minha irmã que tem muita paciência para brincar, explicar, aturar as birrices e todas essas coisas.
Às vezes pergunto-me se vou ter essa paciência toda.
Beijinhos.


LIVE 8

Pelo combate à pobreza em África, juntem o vosso nome a esta voz.
Eu já o fiz.

sexta-feira, julho 01, 2005

Desolação

O meu percurso diário de carro passa por Sta. Catarina e quase sempre reparava e admirava um automóvel antigo verde que muitas das vezes se encontrava ali estacionado a descarregar batatas, legumes e afins. Pensava cá comigo: uma mercearia aparentemente igual a tantas outras mas que dá vontade de visitar, tudo por causa daquele automóvel ali estacionado com o saco de batatas na grade do tejadilho que marcava a diferença, que não era indiferente a quem passava. Quantas vezes pensei que me apetecia parar para tirar uma fotografia.
Nunca visitei a dita mercearia, nem nunca terei a oportunidade de o fazer. Provavelmente também nunca mais vou ver aquele automóvel.

A rua esteve fechada ao trânsito e só hoje voltei a lá passar. Senti uma desolação difícil de descrever. No espaço agora vazio via-se o entulho que me fez pensar nas vidas que se perderam, nas vidas daqueles que ficaram sem casa, sem nada, nas vidas que se alteraram para sempre, na culpa.

As lojas e as casas com os vidros partidos, janelas tapadas com plásticos a fazer de vidro, um movimento anormal de pessoas a reparem os estragos, a fazerem medições, a tomarem apontamentos. Nada era normal. Para qualquer lado que se olhasse tinha-se a noção das dimensões daquela explosão. Em Gonçalo Cristóvão eram ainda visíveis os estragos.

Aconteceu às nove da noite, mas poderia ter acontecido durante o dia. Nem quero pensar...

Já tinha visto na televisão, nos jornais, mas passar ali... deixou-me assim.